sábado, 7 de maio de 2011

Arte Subjetiva: Amilcar de Castro e Lygia Clark

Nessa quinta-feira, foram comentados sobre os artistas Amilcar de Castro e Lygia Clark, nas aulas de objeto tridimensional.
Segue abaixo links dos sites oficiais deles.Arte introspectiva e subjetiva

Amilcar de Castro
Lygia Clark

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Shoko Suzuki/Mieko Ukeseki/Mario Konishi/Kimiko Suenaga/Akinori Nakatani/Gilberto Jardineiro :do Japão ao Brasil

Como complemento aos estudos sobre arte cerâmica em argila das aulas de expressão tridimensional,estou elaborando uma pequena listagem de grandes artistas que trouxeram essa arte no Brasil.
Muito dessa arte teve contribuição das tradições japonesas que acabaram por mesclar a arte arcaica milenar a arte contemporânea.

Shoko Suzuki
Ceramista japonesa, natural de Tokyo.Shoko chegou no Brasil por volta dos anos 60, atraída pela fauna da Amazônia brasileira, ela teve curiosidade de desenvolver sua arte aqui, no chamado "Novo mundo".
Inicialmente, ela produzia peças de bijuterias para comercializá-las. Shoko levou anos de aperfeiçoamento artístico,até adquirir prática no uso de fornos Noborigama (para dar toque final nas suas obras).
Sua particularidade, está pelo fato de ela produzir peças que tem formas ovóides, e lisas.Transmitindo sua graça de leveza e glamour.Trabalho de serenidade e força.Calma e silêncio.Fragilidade porque exige se muita suficiência técnica e psicológica, e porque é uma arte antiga que por exigir mais tempo de produção, já não é mais tão cultuado como antigamente.Ao mesmo tempo em que sua arte tem resistência, pois as peças tem durabilidade, e é uma arte que ainda nos dias atuais encanta e mantém viva a sua importância.Digna de ser transmitida de trazer mensagens para as futuras gerações.

Encontrei um vídeo documentário de Shoko Suzuki, intitulado:"Shoko-expressão de cosmos" no site "A Casa-museu do objeto brasileiro".

Fiquei encantada com as palavras sábias de Shoko Suzuki, e pelo quanto de conhecimento que ela possui e sabe transmitir com tanta simplicidade, com uma linguagem popular.
Alguns dos depoimentos dela que gostei, foi quando ela diz que a arte de cerâmica traz seu momento de tranquilidade e meditação.E tem valor imortal.Diria "expressão de cosmos", pois Shoko diz ter se inspirado nos cosmos para caracterizar suas peças, é como uma lenda que fala de um menino que viajava dentro de seu próprio sonho.
E assim que ela diz se sentir realizada ao se descobrir que a cada objeto produzido um passo de aperfeiçoamento é desenvolvido. 

Veja link:
Shoko-Expressão de Cosmo:
(parte 6)

Alguns ceramistas brasileiros atuais dividem o mesmo forno Noborigama em Cunha (SP) para suas produções,dentre estes podemos destacar Gilberto Jardineiro, Kimiko Suenaga e o casal Mieko Ukeseki e Mario Konishi.

Saiba mais no histórico:cidades históricas brasileiras, nesse site é explicado como funciona o processo de arte final do objeto argila.

Mieko Ukeseki

Mieko veio para o Brasil por volta dos anos 70 a fim de aprimorar sua arte pelo mundo. 
Suas obras variam de formas e técnicas, produzindo diversos tipos de objetos inspirados nos elementos da natureza.Como pétalas,lua,círculos e quadrados.Apresentando sempre texturas diferenciadas de tons rústicos ou esmaltados e estilos diversos como, geométrico, abstrato e biomórfica.De caráter utilitário ou não.



site oficial:Mieko&Mario
um olhar sobre...Museu Virtual

Mário Konishi
Artista brasileiro esposo de Mieko, também produz belíssimas peças:

site: Mieko_Mario

Kimiko Suenaga
A cerâmica Suenaga e Jardineiro constrói a cerâmica vitrificada com lascas de arroz de inspiração folclórica.

Akinori Nakatani
Sua arte centraliza na cerâmica utilitária, como produção de jarros, chaleira,ochawans, pratos etc.Todos com caráter artístico cultural japonês, utilizando-se de desenhos de peixes,tartarugas, por exemplo.
Particularmente adorei a beleza de suas obras:

sapo de lápis
Tartaruga paliteiro

Veja mais em:casa da cerâmica Nakatani



sábado, 23 de abril de 2011

Uma visão sobre Bansky e grafiteiros como nunca tinha visto antes

O vídeo que posto abaixo, se chama "Exit through the gift shop" algo como "saída para a loja de brinquedos".Esse é um filme documentário politicamente incorreto,que fala sobre o dia dia de alguns grafiteiros que levam uma vida fora da lei, e com muita imaginação.O artista e documentarista Terry, é um curioso caçador de talentos, e está a procura de um dos maiores artistas de rua, conhecido como Banksy.
Quando finalmente o conhece é impedido de ver seu rosto, e sua identidade.Mas não é impedido de ver de perto seu talento.

Esse filme é surpeendente,rendendo boas críticas e prêmios no festival de Cannes.

Trailler (legendado)

Eis o filme,parte1  (sem legendas):


site oficial: Banksy film

para download (com legenda):

sábado, 2 de abril de 2011

Uma breve história dos cartazes

A arte publicitária tem seu histórico desde o início da era moderna.Na Europa, artistas com influência na  pintura na litografia,xilografia e tipografia, foram os percursores do que atualmente chamamos de  designer gráfico.
Galgando algumas páginas na internet, estou fazendo um trabalho de reunir diversas imagens de cartazes para criar uma breve história dos cartazes.

Paris foi o palco para a arte do glamour boêmio do estilo leve e colorido, em que se destacava figuras humanas curvilinhas e sensuais.Esse estilo foi marcado durante o século XIX, onde os desenhos eram feitos em litografia (relevo na madeira que posteriormente é impresso no papel).Percebe-se portanto uma saliência no contorno da forma, sem muitos detalhes complexos do desenho.
Dentre os grandes artistas desta bela época posso citar Jules Cherét que utilizava tintas resistentes as chuvas e Henri de Toulouse Lautrec ambos produtores de cartazes para apresentações,capas etc.

Moulin Rouge-Joules Cherét
Henry de Toulouse Lautrec-arte em litografia

Pastilles Poncelet-Joules Cherét




Com o avanço tecnológico do início do século XX,desenvolveu-se a pintura impressa no papel.E junto dela, a Art Nouveau também de autoria francesa.
A Art Nouveau foi a renovação do que já se conhecia,só que dessa vez trazia traços mais detalhados, figuras femininas com características angelicais sobrepostas a um cenário floral.
Um dos grandes artistas deste período foi Alphonse Mucha.Segue abaixo algumas de suas obras:


 

Indo mais além dos tempos, durante o período da Segunda Guerra Mundial, o advento do incentivo militar propiciou mudanças no conteúdo ilustrativo publicitário. Praticamente uma revolução para o moderno da pop arte misturada ao humor como as obras de Raimond Savignac (artísta francês),do psicodélico de Am Cassandre (ucraniano),e do olhar oriental de Ikko Tanaka (japonês).

Tentemos identificar cada autor nas imagens abaixo:



Enfim na era atual, a arte publicitária não tem fronteiras ao adicionar fotografia-desenho-mensagem em um só conteúdo. Essa é a marca do artista italiano Oliveiro Tosconi que polemiza diversos assuntos em suas campanhas publicitárias que possuem um caráter provocativo e controverso.
Para entender o que estou dizendo só vendo:



Para ver mais de suas obras, segue em seguida, os links do seu site, e de um site versão brasileira.Vale a pena conferir.

http://www.olivierotoscanistudio.com/ -Oliveiro Toscani official site

fontes:
winkipedia.com
oliveirotoscanistudio.com
www.milanesa.com

etc...

domingo, 27 de março de 2011

Vida Maria! e Até o Sol Raiá!

Vencedor em 3º lugar no festival de curta-metragens do Ceará, a animação "Vida Maria" faz uma alusão a vida de dificuldades das crianças do sertão que não frequentam uma escola.



A outra amostra vista em sala, foi o filme "Até o Sol Raiá!",belíssima homenagem a Lampião.

sábado, 12 de março de 2011

Sem limites para as artes

Amanhã vai ter um encontro com o pessoal da faculdade que irão visitar uma exposição de obrasdo artista plástico Vik Muniz.
Infelizmente não vou poder conferir de perto suas inusitadas obras de arte.

Gulosa por informação e criatividade, colhi alguns vídeos, documentários e notícias que falam sobre detalhes e até biografia e depoimentos dele.

Lembrando que Vik é uma artista brasileiro que estudou teatro e fotografia nos EUA, e que a 25 anos trabalha com sucata,chocolate,açúcar,poeira,pasta de amendoim,macarrão  e todo tipo de material  inusitado que pode  parecer sem inspiração se transforma em maravilhas em suas mãos.

No mas segue abaixo seguintes vídeos:




Abertura Passione, enfeitada com obra de Vik Muniz 

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Arte Geométrica

Arte geométrica tem uma ligação estritamente ligada também a arte contemporânea cubísta. 

Para explicar um pouco melhor esta aula vou colocar algumas figuras de artistas citados na aula de história da arte.

Archipenko
artista vanguardista


Esculturas estilizando figuras humanas

Henry Moore 
modernista escultor e pintor tridimensional figurativo




















Sérgio de Camargo
escultor atualizdo,construtivísta


Emílio Pettourutti
Cubismo, Futurísmo e Construtivismo


Frans Kragicberg
artista pitoresco:arquitetura escultoral

Uma planta,uma vida
Amélia Toledo
arte atual, com cristais e espelhos





Folia dos bonecões

Aqui na minha cidade ocorre todos os anos o carnaval dos bonecões, evento de grande passeata artística que se inicia do centro, até o centro de convenções.Idealizada pelo professor e vereador Edson Beleza, a brincadeira traz um grande acervo de bonecos criativos, de noiva cadáver,Zeca Cagado, Homer Simpsons a Harry Potter até personagens folclóricos da cidade como o Elvis, Dona Toniquinha, Andrézinho entre outros.
Além dos clássicos bebê corintiano,João Entrudo e Maria Angu.

Apesar de ter nascido em Atibaia, eu não tinha muita ideia da dimensão que este evento promove.A aula passada resgatou muito do que precisava saber.

Segue abaixo alguns vídeos documentando como são confeccionados os bonecos, e os preparativos do bebê mijão. Adorei!Criativamente assustador de tão engraçado!






Abaixo, bebê mijão,um barato!



Esse ano o evento ocorrerá no dia 26 a partir das 5 hrs ver notícias.

Um olhar sobre Caravaggio

Vez ou outra durante as aulas, é apresentada uma obra famosa de um grande artista.Dentre os clássicos, posso citar Caravaggio, pintor barroco que usava como temática figuras bíblicas em suas obras.
Material usado: tinta a óleo

Características básicas do barroco:
-perfeccionismo das figuras;
-jogo de luz e sombra;
-retrata figuras religiosas;
-cores com tons de sépia,como o marrom,ocre,bege;

Encantador é ver, o quanto de veracidade tem suas obras de forma que causa um impacto ao vê-las.

O tocador de alaíde
A ceia de Emmanus

Cabeça de criança
quase assustador!Hehehe...

site referência: pintores online

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Curiosidade boa: Suzana Amaral mãe da Flávia

Tive uma boa notícia ao saber que uma de minhas professoras, Flávia é filha de uma das maiores cineastas do Brasil, estou falando de Suzana Amaral.

Não conhecia sobre ela,mas ao pesquisar um pouco descobri o quão sucesso ela faz, e que havia uma obra dela que eu conhecia sim, é o filme chamado "A hora da estrela" (1985) baseado no romance de Clarice Lispector.
O tanto de informações sobre ela não tem tamanho, é uma infinidade que eu não imaginava.Estava até duvidando desse parentesco, mas ao olhar para a diretora vi que sua semelhança com a filha é tanta que não dá pra negar.
A cineasta estudou Comunicação e Artes na USP, e atualmente dá aulas na FAAP.

Segue abaixo um pequeno documentário de Suzana Amaral  feito pela livraria Saraiva:

Antropologia da imagem

A antropologia é o estudo do ser humano, de acordo com suas variações de época, espaço e cultura. Na primeira aula desta matéria pude perceber que está mais ligada no estudo de civilizações antigas e também as das mais exóticas.

Uma delas que eu achei interessante, foi um exemplo do professor para falar da antropologia do povo Nacirema. Nativos da região da América são tribos contemporâneas, mas que ainda levam uma vida primitiva. Dentre seus costumes estranhos, está o sadomasoquismo por acreditarem que isso purifique a alma. Apesar de estranhos, os Nacirema têm um senso de organização muito respeitável, possuem um chefe feiticeiro.

Além disso, o professor focou em explicar o porquê precisa-se entender antropologia. Primeiramente, porque todo o profissional de artes que se preze necessita entender a sociedade onde vive, e para isso é essencial também que se entenda a simbologia que nos cerca, saber de sua história. O homem tem a necessidade de expressar sentimentos através da imagem, e de diversos outros recursos sensitivos.Assim, a visão natural de um povo, pode denominar deuses, ritualizar crenças, etc.

Pude vincular essa aula de Antropologia com a matéria de Estética, que também vêm mexendo muito com o assunto “respeito e entendimento cultural”. Há um texto onde fala sobre isso, se chama: ”Um olhar apreciador não se ganha de presente” trabalho de pesquisa para o mestrado do aluno Fernando Antônio Gonçalves de Azevedo (Instituto ECA-USP).

Segue abaixo o texto:

"Um olhar apreciador não se ganha de presente"

FERNANDO ANTÔNIO GONÇALVES DE AZEVEDO

1. Pesquisa desenvolvida no mestrado em Arte da ECA/USP orientada pela professora Dr.ª Regina Machado.

Todas as vezes em que viajo pelo interior ou ando de metrô, trem ou qualquer outra condução que proporcione através de suas janelas um olhar à ocupação humana ao longo das estradas e vias de tantos brasis, escapa sempre desse meu olhar curioso e atrevido o desejo de captar a arquitetura das casas, o jeito de vestir das pessoas, rasgos de cenas e sons que compõem um filme interior nunca acabado, porque é vivo e surpreendente, se transformando sempre. Essa vivacidade advém da capacidade humana de organizar quase do nada formas de inventar e reinventar o cotidiano, a própria vida a despeito de tanta adversidade.

Nesse sentido, é incrível perceber barro e palha transformados em casa: na arquitetura própria dos que não sabem que possuem uma forma peculiar de organizar sua moradia ou o jeito de casa que lhes cabe economicamente e esteticamente, esse mesmo pensar, sentir, toma conta de mim, quando esse olhar curioso passeia pela organização alegre de uma feira, com suas barraquinhas de frutas de variadas cores, cereais expostos em sacos, roupas, móveis, utensílios, tudo organizado segundo uma estética.
Quando ao olhar é permitido maior tempo de curiosidade, percebemos as plantas dos jardins, as flores dispostas para enfeitar as imagens dos Santos, cortinas de chita com suas estampas, fotografias registrando cenas familiares, poucos móveis dispostos com uma organização própria, utensílios esculpidos do barro. Tudo inventado para dar sentido a vida em busca da construção da dignidade de viver, para dar uma qualidade de vida.
Também é com esse mesmo olhar atrevido e comovido, que busco entender as estética dos templos de tantas religiões – brancas negras, indígenas e amarelas, com todas as suas misturas: altares e pejis ornamentados, simbolizando a celebração da espiritualidade, a possibilidade de transcendência.
Nessas horas, o meu olhar curioso é tomado de compaixão. Não uma compaixão burguesa que se confunde com pena, ou com exaltação da pobreza, mas compaixão no sentido mais fiel da palavra de com-paixão, de ter paixão de identificar-se de algum modo com o outro, por um segundo que seja, se colocar no lugar do outro, viver em frações de segundos (profundos) outras vidas, em outros mundos.
A capacidade de se colocar no lugar do outro com paixão – na história do outro – se traduz no reconhecimento de que há uma estética, uma ética e um sentido artístico – uma história – em cada uma das marcas ostensivamente exuberantes de humanidade que vemos através de nossas janelas. É a história ética, estética e artística de homens e mulheres que talvez nunca tenham ido a um museu, a um cinema ou a um teatro, mas esses homens e mulheres não são desprovidos da capacidade humana de organizar e aprender a reorganizar seu jeito de ser, arrumar sua casa, escolher sua roupa, celebrar a vida/morte – ritualizar.
Por isso mesmo, não podemos desprezar ou menosprezar a dimensão estética e artística pousante nas flores, que podem ser até de plástico, que ornamentam os altares, os mortos ou a celebração da vida na festa. Assim, os canteiros improvisados, as casas construídas quase do nada, a imagem de santo ou uma estampa do coração de Jesus, que ornamenta a vida dos que vivem na contramão da estética baseada nos códigos europeus ou norte americanos brancos, jamais poderiam ser desconsideradas por um projeto de educação escolar em Arte. Isso porque, da mesma maneira que os códigos europeus e norte americanos brancos se constituem, na sua generalidade, de formas visuais, cênicas e sonoras, assim também, pousam entre os grupos que não participam da estética e da Arte instituída pelos grupos hegemônicos, visualidades , cenas e sonoridades, que são também a tradução de sentimentos e pensamentos acerca de questões vitais para o ser humano.
Até agora, tentei colocar neste texto o meu jeito de olhar que não foi me dado de presente, mas, ao contrário, foi construído em uma aprendizagem de deconstrução de estereótipos. Cabe, portanto, dizer que este texto foi inspirado (pós-modernamente) nas pesquisas da professora Ana Mae Barbosa, quando ela afirma em sua obra, A Imagem no Ensino da Arte, que:
 "(...) ao viajarmos pelo interior do Brasil, nos deparamos às vezes com casas muito pobres, de taipa e cobertas de palha de coqueiro, mas ao redor alguém plantou um jardim organizando as cores das flores de maneira a lhe dar um prazer que vai trazer um pouco de qualidade de vida à miséria.
Dentro de uma destas casas podemos até encontrar um jarro de flores de plástico, que foi posto ali também para dar prazer ou qualidade de vida. A flor de plástico pode não ser prazer estético para mim e para meu padrão de valor cultural, mas o é para os donos daquela casa que também podem ter uma reprodução da Santa Ceia de Leonardo da Vinci na parede." (1991:33/34)
Cada um dos detalhes expostos para justificar a curiosidade do olhar que tudo quer compreender e captar ressalta que as dimensões estética e artística vêm dar uma qualidade de vida, humanizar o cotidiano. Além disso, devemos compreender que existe uma diversidade e complexidade de estéticas e Artes e não apenas uma – a hegemônica.
Precisamos também compreender e difundir no sistema educacional o respeito às diversas formas de organização estética e artística à medida que, na sociedade, interagem culturas e, do embate entre essas, provavelmente surgirão novas sínteses. [...]
A Arte não apenas proporciona qualidade de vida, mas também através de seu ensino e de sua aprendizagem as novas gerações terão a possibilidade de construir junto com os outros saberes da educação escolar a consciência de identidade cultural. [...]
[...] Pode-se afirmar, assim, que a tendência pós-modernista no ensino de arte propõe uma relação entre a obra de arte e o apreciador para além da catarse emocional, como consideravam os modernistas, à medida que cada obra constitui-se em um desafio para a emoção e também para a inteligência dentro de um complexo formado entre o sentir, o pensar e o contextualizar. Ernest Fischer, na obra A necessidade da Arte, nos oferece uma contribuição esclarecedora que reforça nossas colocações. Vejamos o que Fischer afirma sobre o trabalho do artista:
 "(...) o trabalho para um artista é um processo altamente consciente e racional, um processo ao fim do qual resulta a obra de arte como realidade denominada, e não – de modo algum – um estado de inspiração embriagadora. (...) é necessário dominar , controlar e transformar a experiência em memória, a memória em expressão , a matéria em forma . A emoção para um artista não é tudo; ele precisa também saber tratá-la, precisa conhecer todas as regras , técnicas , recursos, formas e convenções com que a natureza – esta provocadora - pode ser dominada e sujeitada à concentração da arte. A paixão que consome o dilema serve ao verdadeiro artista; o artista não é possuído pela besta-fera, mas doma-a." (1987:14).
Na verdade, da acepção de artista como um ser dotado de qualidades misteriosas, decorre a acepção de apreciador (nós), também possuidor de tais qualidades. [...] Apreciar, nessa perspectiva , é algo que se constrói a partir de uma atitude de admiração ou de encantamento , mas requerendo refinamento constante através do contato com a arte, portanto é uma aprendizagem que envolve pensar, refletir , elaborar hipóteses, criar novas sínteses. [...]
 A narrativa ou o discurso artístico é um ponto de vista, um recorte, um olhar angular do artista que tanto pode ser sonoro, plástico , visual, cênico ou utilizando-se de novas tecnologias.
Dessa forma, admitimos que o artista , através de sua obra, constrói uma narrativa que quer dizer algo, comunicar , refletir, discutir, discordar, indignar ou até mesmo afirmar os valores vigentes da sociedade em que vive. Por isso, seria ingênuo afirmar que toda obra de arte é de boa qualidade ou que toda obra de arte provoca no leitor novas sínteses...[...].
Reforçando o que chamamos de princípios norteadores desse trabalho, fomos buscar em Benedito Nunes , na obra Introdução à Filosofia da Arte, uma espécie de síntese do que representa para nós o artista e seu trabalho em nossa sociedade:
 "A criação perdeu a sua impulsividade, o seu primitivo ímpeto emocional. O artista, tornado-se um tipo reflexivo, como previa Hegel, interroga-se a si mesmo sobre o sentido e o destino de suas próprias criações. Sente-se responsável pelo destino da Arte e assume este destino, como risco de sua condição no mundo em que vive. Essa consciência de responsabilidade, que se associa com o sentimento de risco, manifesta-se positiva ou negativamente, transformando-se para uns em tarefa social ou encargo político, e para outros em gesto de revolta e atitude de protesto. Estamos muito distantes do artista romântico, senhor de si e da Natureza, para quem a Arte era uma certeza incontestável. O artista do nosso tempo põe em discussão a própria Arte. Seu modo de produzir é polêmico: cria interrogando-se e interrogando a Arte, a qual deixou de ser para ele uma certeza evidente guiando as suas relações com o mundo. Agora a Arte é uma dúvida que o agita, uma interrogação que angustia, um resultado a alcançar, algo problemático, que ele está empenhado em possuir e conquistar e não mais um objetivo conquistado e possuído." (1989:107/108).

[...] retomamos a questão central deste trabalho, que pode se resumir da seguinte forma: olhar apreciador é um modo de ver, de observar nossa ambiência cotidiana estética e artística de uma maneira crítica. Esse olhar não se ganha de presente, porque ele é um processo de aprendizagem em constante transformação (é vivo). Ele requer observação detalhada, pesquisa, criação de referências, comparação e, acima de tudo, uma atitude permanente de atenção para as coisas que se nos apresentam, assim como a paisagem visual, cênica e sonora que ressaltamos no início deste texto. A construção desse olhar é resultado de um processo educativo. Vejamos a seguir o que dizem alguns autores sobre o olhar.
Segundo Fusari e Ferraz na obra Arte na Educação Escolar "(...) uma educação do ver, do observar, significa desvelar as nuances e as características do próprio cotidiano." (1992:74).
Alfredo Bosi, em seu texto Fenomenologia do Olhar relata: 
"Os psicólogos da percepção são unânimes em afirmar que a maioria absoluta das informações que o homem moderno recebe lhe vem das imagens. O homem de hoje é predominantemente visual. Alguns chegam a exatidão do número: oitenta por cento dos estímulos seriam visuais.
Em um crescente, nossa reflexão sobre a aprendizagem de um olhar apreciador exige o que afirma Ana Mae na obra A Imagem no Ensino da Arte:
"A produção de arte faz a pessoa pensar inteligentemente acerca da criação de imagens visuais, mas somente a produção não é suficiente para a leitura e o julgamento de qualidade das imagens produzidas por artistas ou do mundo cotidiano que nos cerca. Este mundo está cada vez mais sendo dominado pela imagem. Há uma pesquisa na França mostrando que 82% da nossa aprendizagem informal se faz através da imagem e 55% desta aprendizagem é feita inconscientemente."(1991:34)
[...] Diante da textura de pensamento que tentamos formar, concluímos que o olhar apreciador não se ganha de presente, porque exige esforço no processo de desvelamento da obra de arte. Desvelar é tentar reconstruir o caminho do artista por estradas, vias, avenidas, ruelas e trilhas nunca antes imaginadas. É uma incursão às vezes solitária, buscando significados próprios na redescoberta da visão de mundo do artista.
Convém, nesse sentido, ressaltar que a obra de arte é composta por complexas interfaces e, por isso, desvelar é uma tentativa de redescobrir e ressignificar a obra no tempo e no espaço sempre de um ponto de vista próprio, pessoal. Todo esse esforço é também uma forma de recriação inventiva e, portanto, é uma reinvenção artística que carece de critérios. [...] Os autores que citamos ao longo deste texto ajudam o professor a reinventar seus próprios caminhos no contato com a obra de arte, mas o esforço é solitário, pois é um ponto de vista, é pessoal.
Referências Bibliográficas:
ARGAN, Giulio Carlo. Guia da História da Arte. Lisboa: Editorial Stampa, 1994.
BARBOSA, Ana Mae. A Imagem no Ensino da Arte. São Paulo: Perspectiva, 1991.
BOSI, Alfredo. O Olhar (org.) São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
ECO, Humberto. A Definição da Arte.Lisboa: Martins Fontes, 1992.
FERRAZ, M. H. & FUSARI, M. F. Arte na Educação Escolar. São Paulo: Cortez, 1992.
MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
NUNES, Benedito. Introdução à Filosofia da Arte. São Paulo: Ática, 1989.

Um olhar sobre o bicho homem

O artista citado nesta aula foi Banksy um artísta de rua britânico contemporâneo, que faz pinturas impressas de spray nos muros.Sempre abordando temas controversos de crítica social.E pelo que soube a pouco, suas obras provocam sentimentos de sátira para quem as vê.

Abaixo coloquei algumas das obras de Banksy:
Papeis se inverteram, a criança tem que revistar o soldado agora.
Homossexualismo entre guardas?


A doméstica joga a sujeira da cidade em baixo do pano.
A paz está na mira
Onde está o amante da sua esposa?
Guardas pintando suástica, é mensagem simbólica pura!

O que o Mickey e o Ronald fizeram com o Vietnã?
Belíssima obra, criativa e provocativa.
Incentivo ao crack?
Esta imagem foi comentada pelo professor, referente a uma frase do passado que dizia,"deixem eles comerem", Banksy satiriza, se referindo ao crack droga e ao crack bolsa da bolsa de Nova Yorque na crise de  29.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Poesia Visual

Poesia Visual é uma junção= literatura + arte
É uma técnica que usa as palavras para formar desenhos, símbolos,movimento.
Se aproxima de movimentos literários como o Simbolismo e o Concretismo.
Mas há indícios de que a poesia visual já existia à muito tempo antes.
Os egípcios por exemplo, criaram o alfabeto baseado em elementos da natureza.
O kanji dos ideogramas chineses que o digam...
Então o alfabeto grego só poderia ser de origem desenhada é claro.
Veja grafia árabe em formato de pavão
Mas nem sempre a escrita pode estar envolvida com esta arte, veja figura abaixo:


Pra quê ela serve? 
Arte para chocar
Bem explorada no campo da mensagem publicitária.
Um dos precursores foram:
Giullaume Apollinaire
Pierre Garnier
me pergunto quem são estes caras, legal.Acho que vale mais umas outras postagens pra falar especificamente de cada um deles...

Abaixo um vídeo que encontrei de poemas visuais.

Ps: esta primeira aula de poesia visual ficou muito no ar,eu não tinha ideia nenhuma praticamente do seu sentido,apesar de que já tinha aprendido algo de Concretismo, mas...nada muito profundo. 
As coisas que pus neste post foi baseado em pequenas pesquisas rápidas.Ainda falta muito pra conhecer este campo.Qualquer hora eu retorno pra falar mais de alguns autores, assim quando conhecê-los melhor.

Vik Muniz

auto-retrato
Vik Muniz é um artista plástico brasileiro contemporâneo, que também trabalho o seguimento de publicidade e propaganda.
O inusitado e original de suas obras é que ele faz a releitura de obras já existentes, só que com a utilização de materiais comestíveis como chocolate,gordura,ou pelo uso de sucatas como latinhas,trapos etc.
O fato das telas serem de obras que já existem mas só que com roupagens diferentes, faz com que alguns críticos não considerem sua obra como acadêmica obra de arte.
Eu particularmente, achei muito criativo e que merece ser elogiado.

Segue abaixo alguns desses exemplos que acabei de conhecer:

Monalisa adocicada

recentemente uma de suas obras foi utilizada na abertura da novela das oito, Passione.
Obra feita com sucata


















Compare acima uma releitura de Narciso-de figura mitológica.

Menina feita de açúcar
Medusa feita de macarronada.
Que delícia sanguinária!